Crônica dos dezesseis anos
Junho 24, 2015
Eu nunca tive nada que chamasse a atenção dos homens.
Em certo ponto, resolvi me vestir bem, me enturmei com pessoas da minha idade, fingi ser mais imaturo do que já era, e mais burro também.
Mas nestes últimos meses, refleti e cheguei à seguinte conclusão: não vou fingir ser quem eu não sou. Pode até parecer uma coisa boba, mas foi um verdadeiro ato revolucionário (no ponto de vista egoísta e egocêntrico de todo ser humano)!
Nunca gostei de me arrumar todo, e coisa e tal. Agora não vou dizer que meu estilo é maltrapilho, mas que é MEU. Não adianta tentar rotular-me pelo meu modo de vestir, pensar ou agir: não adianta tentar rotular-me.
Mudei também meu pseudônimo. Pode ser feio, mas, como diria Rubem Leite citando a mulher de uma novela qualquer: meu nome é feio, mas é MEU.
Chutei o balde ouvindo Maysa, escrevi pra caralho, sofri e parei de fingir. Não tenho mais vergonha da minha cara feia, do meu corpo desnutrido, nem das minhas olheiras, antes disfarçadas por uma tal de Mary Kay. Não passo mais base nas unhas. Muitos dizem que estou desleixado, mal-amado, mas é muito pelo contrário: nunca me senti tão amado e cuidado quanto agora, e, confesso: até mais olhado nas ruas.
Por mais que eu continue me odiando, agora aprendi a me amar, e isto está sendo uma parte primordial da minha vivência espiritual. Me sinto um ser mais evoluído e até mais maturo.
Não tenho medo de perder falsas amizades nem de me apaixonar. Se for pra morrer de amor ou pelo ódio que causei em alguém, que seja, mas morrerei por ser, tão somente, EU!
NOTA: Aos demais que acharam a imagem um absurdo: desculpem pela implicância.