ubuntu ou eu tenho um herói
Julho 29, 2017
eu tenho um herói. ele tem superforça quando mete o pé na barraca, derruba a mesa e grita "eu (re-)existo"; ele é inteligente, sabe o que fala e, quando fala "eu (re-)existo", pode acreditar — ele (re-)existe; é sábio pra dedéu. tanto que cada palavra que sai da sua boca é semente germinando meu coração pra florir como os ipês lotando a cidade nest'época do ano. vona é vona. é estrela. é energia, fé, luta, calor e afeto.
vona mudou-se pra beagá há pouco. avuô, minha andorinha. e ele é tão forte, tão forte, que sabe ser sutil, delicado e adocear o mundo da gente intirim. foi pra lá porque o sol aqui no vale do aço castiga; ficou com pena de nós: imagine só, dois sóis soleando a região!?
luz prórpia, angústia e uma nos-tal-gia toda contente, de quem olha o passado como algo bom, de quem é grato à vida e às coisas e aos homens e ao universo.
vona é como bassora de chêro na minha vida — barre, barre, deixa tudo limpim e ainda deixa um prefume de camomila danado! "passarinho que debrussa — o voo já está pronto", diria riobaldo, diria guimarães rosa, diria o sertão, diriam essas gerais; mas também não adianta avuar: "o sertão é sem lugar".
só agradeço por ter tido a oportunidade de habitar o mesmo sertão de prédios e carros e usinas com gustavo. e daquipoquim chego lá, se a singeleza quiser em nome do espírito das mulheres negras e pelo amor de delza soares! vamos pra belô gritar juntos: "nós (re-)existimos". ubuntu!
AVAN-TÊ!