deleite
Abril 17, 2016
pra lucas, que — ainda! — não sei o (sobre)nome
deitado na relva dos sonhos
os lençóis amarfanhados
teu corpo é parte do céu
que é parte do mar
que é parte onírica do desejo
e platonizo tua beleza intocável
tua insecável fonte de prazeres
tua carne
teu cerne
teu ser oculto a mim
e tua face escondida por tuas mãos
parece fruto do pecado
maçã que nem eva comeu
pois não conseguiu alcançar
teus lábios inertes em delícia
teus olhos cerrados em formosura
teu tronco descoberto
teu sexo desnudo
— parece-me um sonho inatingível
inalcançável
de uma fonte inesgotável
de sonhos platônicos, gozo e deleite