siririca a nua arteira estrela
Janeiro 24, 2016
lave os trapos do fino cetim
enxágua-os nas tuas lágrimas
nas tuas vertentes
no teu sangue
de corpo presente
e masturbe-se, siririque-se na ode ao desengano
e faça-te clara
faça-te rara
faça-te bela
em cada tela
em cada tinta
em cada fresta do pano ou do papel ou do que for
faça-te mais que sempre
e sempre amor
estupor diário, cotidiano
beleza que jaz nos túmulos ocultos do desejo
e na catacumba dos lábios, o beijo
e na cripta um lampejo:
masturbe-se, siririque-se na ode ao desejo
em planos
e enganos
sacanas
na cama
e sob a cripta do gozo, jaz o sexo, murcho
e os seios tenros...
...os seios tenros...
...sei-os tenros...
e como numa tela, numa superfície plana que aceite tinta
faça-te mais que sempre (e sempre amor), faça-te bela
e sinta o que ninguém mais sente
e no desejo ardente da tinta rubicunda
em pintura de buceta e bunda
sai nua arteira, onipotente