Soneto ao acaso
Junho 23, 2016
Entre dias e noites sem fim
O acaso tece sua teia
Escandalosa, horripilante e feia,
Feita sob medida pra mim.
O acaso que me constrói,
É o mesmo que faço de estrada
— Que talvez só me leve ao nada
E torne-se o que me destrói.
As formigas disputam a vida
Quando alguém as pisoteia,
E a vida tem de comprida
O que tem de curta e feia
Sob o pé que faz destruída
A colônia do acaso — e sapateia.